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Brasil em busca de marca histórica no Six Days 2025

Por: valdecy costa | 21 de agosto de 2025

Brasil aposta em equipe renovada para superar marca histórica no Six Days 2025, que começa domingo

A cidade de Bérgamo, na Itália, recebe a partir deste domingo, 24 de agosto, a 99ª edição do International Six Days of Enduro (ISDE), considerada a mais tradicional competição por equipes do motociclismo off-road mundial. A prova, que reúne cerca de 700 pilotos de 33 países, é conhecida como a “Olimpíada do Enduro” e será disputada até o dia 29. A delegação brasileira já está na cidade realizando os últimos preparativos e ajustes antes da largada oficial.

A Seleção Brasileira será composta por quatro pilotos: Bruno Crivilin (Honda), o mais experiente do grupo, com seis participações anteriores e cinco medalhas (quatro de ouro e uma de prata), Vinicius Calafati (Honda), com três edições no currículo e três medalhas (uma de ouro e duas de prata), Luciano Rocha (Honda) e Renato “Muguinho” Paz (Beta), que estreiam na competição e representam a renovação da equipe.

Além da equipe principal, o jovem João Pedro Basílio foi novamente convocado pela FIM Latin America para integrar a Seleção Latino-Americana Junior. Em 2024, Basílio conquistou medalha de prata na Espanha e retorna com expectativa de repetir ou superar o desempenho.

Durante a semana que antecede a prova, os pilotos realizaram o reconhecimento das Especiais Cronometradas — trechos de alta exigência técnica e física — que só podem ser percorridos a pé. Também foram feitos os ajustes nas motocicletas (freios, posição de guidão e manetes, regulagens de suspensões, etc.).

Nesta sexta-feira, 22 de agosto, acontecem as vistorias administrativas e técnicas, que envolvem a documentação dos pilotos e inspeção das motocicletas e equipamentos de segurança. Ainda na sexta-feira será a cerimônia de abertura e o desfile e apresentação das delegações dos países participantes.

Estrutura e formato da competição

A prova terá cerca de 1.300 km de percurso, divididos em três trajetos distintos:

– Um para os dois primeiros dias;

– Outro para o terceiro dia;

– E um terceiro para os dias quatro e cinco.

O sexto e último dia será disputado em formato de motocross, com largadas lado a lado e os pilotos divididos em diversas baterias.

Ao longo dos seis dias, os pilotos enfrentarão 26 Especiais Cronometradas, distribuídas da seguinte forma:

– Dias 1 e 2: três especiais repetidas duas vezes (seis especiais por dia)

– Dia 3: cinco especiais, sendo a primeira repetida ao final (total de seis)

– Dias 4 e 5: sete especiais por dia

– Dia 6: uma especial no estilo motocross.

Os tempos acumulados em cada especial são somados diariamente, definindo a classificação individual e por equipes. Ao final de cada dia, os pilotos têm apenas 15 minutos para realizar manutenção nas motocicletas, como troca de pneus, filtros e peças. Após esse período, as motos são recolhidas em parque fechado, só sendo liberadas para a largada do dia seguinte.

Local da competição e histórico brasileiro

O paddock oficial está montado na Fiera di Bergamo, estrutura de mais de 70 mil m² localizada próxima ao centro histórico e ao aeroporto da cidade. O espaço concentra equipes, boxes, áreas técnicas e administrativas.

O Brasil retornou ao ISDE em 2017, após um intervalo desde 2003, ano em que sediou a competição em Fortaleza. Na edição de 2017, realizada na França, a equipe brasileira conquistou o 8º lugar geral — melhor resultado da história — com Bruno Crivilin, Rômulo Bottrel, Gustavo Pellin e Diego Colett. Em 2022, na Itália, o país repetiu o feito com Crivilin, Calafati, Pellin e Patrik Capila.

Expectativas para 2025

A edição de 2025 promete ser uma das mais competitivas dos últimos anos. A equipe brasileira chega com uma formação equilibrada entre experiência e juventude, apostando em consistência e estratégia para superar sua melhor marca histórica. A expectativa é alta, e o desempenho dos pilotos será acompanhado de perto por fãs e especialistas do motociclismo off-road.

A largada está marcada para domingo, e a jornada de seis dias exigirá dos competidores não apenas técnica e velocidade, mas também resistência física e mental.

O time da Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM) conta com o apoio da Castrol Brasil, 230Brasil e Borilli Racing.

 

Crédito: Janjão Santiago/CBM